sábado, 19 de dezembro de 2009

Partilha a dois

Há momentos, na nossa vida, que não deviam nunca deixar passar o tempo. Era bom que se eternizassem, para não permitirem que o quotidiano, apressado e por vezes dolorososo, nos imponha cansaço e desânimo. E embora gravados na memória, os momentos solenes das nossas vidas trazem consigo a fugacidade do tempo. Ficam as fotografias e os filmes. Desatentos, nós vivemos como se não tivessem existido nunca. É isso! Esquecemos da festa, dos votos, da perda do “eu” em favor do “nós” e agimos como “eus” isolados, solitários. Por puro esquecimento! Puro individualismo! A partilha exige-nos uma consciência equilibrada, e nós somos distraídos. A partilha cria em nós um novo ”eu”, resultado de uma dinâmica geradora de uma nova vida , e nós teimamos em evidenciar o velho “eu”. A partilha suscita corpos acesos e almas sedentas de semelhanças, no respeito mútuo das diferenças de cada um, e nós deixamos cobrir pela monotonia, impondo o nosso querer. A partilha implica a tolerância e a ternura e a brandura de ânimo, mas ficamos distantes, implacáveis nos nossos pontos de vista, deixando azedar o amor. Não é fácil a partilha! A atenção e a compreensão constantes, o perdão e a generosidade sempre em riste são condimentos facilitadores da partilha. O amor por vezes é agridoce. O sabor do amor é como o sal. É sempre bom na medida exacta. O diálogo é o sal do amor. Adoça as vidas transformando, harmoniosamente, os seres que o partilham. A partilha é amor!



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