quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Entre o querer e o fazer

Na nossa sociedade, tão objectivista, é comum estabelecer-se metas para alcançar os nossos objectivos. Todos perseguimos a felicidade -material, conjugal, profissional, pessoal - como um lugar a conquistar.
E por vezes esquecemos que as mudanças começam no pequeno primeiro passo, e que no final delas, é a lembrança do trajecto que fica na memória, para sempre.
Encontrar espaço, ou tempo, para pensar nesses aspectos é difícil na correrio do dia-a-dia.
Simplesmente mudar é trilhar um caminho de mistérios envolto pela vontade e pela nossa própria força de vontade, de realizar feitos que um dia podemos nos orgulhar e partilhar com outros.
Mas basta lembrar que a mudança é feita de passos. Pequenos e sempre um de cada vez. E alguns tropeços e quedas, mas sempre mantendo a humildade de aprender e o orgulho de se levantar, nunca se entregar. A vida, quando encarada dessa forma, parece um pouco mais simples, metódica, previsível. Mas não há mal nisso. Ajuda muito ter em mente a noção de metas para o dia. Mas todo o esforço precisa vir do coração, um esforço sincero. Um esforço nosso e não dos outros para nós. De outra forma, seria apenas encenação de cortesia, uma máscara que cobre um coração vazio de intenções que não é, senão mais que um dente de uma fria engrenagem de um motor pouco convincente.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Como perceber as mulheres?

Hoje em dia na indústria literária, floresce como cogumelos um tipo de leitura, os livros de auto-ajuda, cada vez mais as pessoas procuram este tipo de leitura. Confesso que também sou adepto, há um tipo de livro de auto ajuda que estou farto de procurar e não encontro. Um livro que me ajude como entender as mulheres.
Penso que toda a gente anda à procura de uma oportunidade de negócio, de ganhar uns euros extra.
Então eu vou sugerir, e desde já dou os parabéns a quem tomar a iniciativa, de que se faça uma enciclopédia explicativa das mulheres. Não deve haver melhor pessoa, na minha opinião, para o fazer do que uma mulher claro, com idade entre os 18 e os não sei quantos anos (mas ainda dentro do prazo), uma vez que partilha o sexo e que está inserida numa faixa etária que compreende bem a realidade contemporânea. Está desde já claro, que tal publicação deveria ser de uma precisão extrema, também não haveria outra forma de o fazer para que esta tivesse sucesso! Teria de abordar os mais diversos temas, tais como: "A doença das compras", "As diversas razões para as mulheres irem aos pares à casa de banho", "O porquê das constantes desculpas para evitar uma noite de sexo (ou um bocadito da noite) ", "O que vai no pensamento das mulheres quando se decidem fazer difíceis", ou quando dizem "-Sim" e querem dizer "-Não" ou quando dizem "-Não sei" e querem dizer "-Sim" ou dizem "-Sinto muito" e na verdade querem dizer " -Vai ser como eu quero" ou dizem "-Nós queremos" quando na verdade é "-EU QUERO e ponto final" ou quando dizem "-Faz como entenderes" quando querem dizer "-Vais pagar muito caro por isso" ou "-Não estou chateada" na verdade é "-Claro que estou chateada!!" ou " -Eu amo-te amor (querido, cherri, fofinho, lindo, xuxu, etc…)" claro que estão a querer dizer "-Eu fiz m…" ou " -Quero-te pedir uma coisa (daquelas caras!)" ou "- Estou gorda" no pensamento está a dizer "- Diz que sou bonita" ou "-Tu precisas aprender a comunicar comigo" quando na verdade querem dizer mesmo é "- Tens de concordar sempre comigo" ou "- Não estou a gritar" traduzindo o pensamento "- Estou a BERRAR!!!"
Já deixo aqui uma catrefada de exemplos. Exemplos estes que me fazem escrever estas linha na esperança que alguém partilhe a mesma opinião que eu ou então melhor! Que me explique a entender esses belos seres femininos, que tanto adoramos, criado pelo Criador.
Uma obra destas teria tal magnitude que muito provavelmente seria premiada internacionalmente como o maior best-seller de todos os tempos, e também como uma das obras mais importantes para a humanidade, e ainda se fosse tal como a imagino, a obra com maior rigor científico alguma vez publicada. Daria mesmo a teses de mestrado, de doutoramento e porque não ao título de Honoris Causa ao autor do livro, entregue pelo Presidente da Republica, nas comemorações do dia 10 de Junho, dia de Portugal
Seria sem dúvida uma obra de extrema importância para a humanidade, uma vez que, acompanhem o meu raciocínio: o homem seria um ser muito mais completo e menos 'à parte' na vida doméstica e familiar.
De qualquer forma seria uma obra de grande risco para as mulheres, porque uma vez entendidas, não teriam mais forma de se fazer vingar em certas situações perante os homens.
Que me desculpem as mulheres que não me compreendem está humilde reflexão mas eu tinha de desabafar. O repto está lançado. Um beijinho a todas as mulheres.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eu aprendi que...

...posso usar o meu poder de persuasão, mas apenas por pouco tempo, depois disso, preciso saber do que estou a falar.

...posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.

...para me transformar na pessoa que quero ser, posso demorar muito mais tempo do que aquilo que eu pensava, pode demorar uma vida e devo ter paciência.

...posso ir além das metas que eu próprio tracei.

…eu preciso escolher entre controlar os meus pensamentos ou ser controlado por eles.

…eu preciso saber controlar os meus medos para não ser controlado por eles.

...os heróis, são pessoas de carne e osso como eu, fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.

...perdoar exige coragem.

...há gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

...eu posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser mau.

...eu tenho que me acostumar que serei atraiçoado por pessoas da minha confiança, pelo menos uma vez na vida.

...não basta ser perdoado, primeiro preciso perdoar-me a mim mesmo.

...o mundo não para, mesmo que eu esteja a sofrer.

...o que vivi na minha infância é responsável pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que faço agora, que sou adulto.

...numa discussão mais acesa, é melhor calar-me e fazer algo que me relaxe, para a coisa não tomar percussões para lá do razoável, independente se tenho razão ou não.

...quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

...por mais que eu queira proteger as minhas filhas, elas vão magoar-se e eu também me magoarei, isso faz parte da vida.

…diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

...as palavras de Amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.

...é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.

…estamos em constante aprendizagem ao longo da vida.

...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Gosto de ...

Gosto de café. - Gosto de crianças educadas. - Gosto de sentir que gostam de mim. - Gosto de música. – Gosto de camiões. – Gosto de motas. - Gosto de grão com bacalhau. - Gosto do cheiro da terra molhada. -Gosto do mar. - Gosto de praia. - Gosto de dias de sol e calor. - Gosto de estar na cama a ouvir a chuva lá fora. - Gosto de lareiras acesas e conversas longas. - Gosto de andar de mão dada na rua. - Gosto de conversar. - Gosto de acordar ao lado da minha mulher. - Gosto que me levem o pequeno-almoço à cama. - Gosto de viajar. - Gosto de chegar a casa e relaxar. - Gosto de rir. - Gosto de fazer rir. – Gosto de anedotas. - Gosto de oferecer flores. - Gosto de pessoas interessantes, originais, simpáticas, com classe, bonitas, com ideias próprias, persistentes e com bom coração. - Gosto de sonhar. - Gosto de pontualidade. - Gosto de cinema. - Gosto de perfumes suaves mas que fica o cheiro quando a pessoa sai da sala. - Gosto de carne. - Gosto de sentir que mais nada existe quando estou com a pessoa que amo. - Gosto de Ouro. - Gosto de me deitar em lençóis a cheirar a amaciador. - Gosto de tomar banho antes de ir para a cama. - Gosto de beijar. - Gosto de fazer amor. -Gosto de almoçar à beira mar. - Gosto de jantar à luz das velas. - Gosto de divagar. - Gosto de mimos. - Gosto de saber que ajudei alguém de qualquer forma. - Gosto de abraços apertados. - Gosto de fazer surpresas. - Gosto de cantarolar músicas durante o dia. - Gosto de sentir boa energia nas outras pessoas. - Gosto de cartas de amor. - Gosto de sorrisos sinceros. - Gosto de gargalhadas. - Gosto que me olhem nos olhos. - Gosto do nascer do Sol. - Gosto de trocar ideias. - Gosto de morar na aldeia. - Gosto do silêncio e do som dos pássaros. - Gosto do correcto. - Gosto de olhar os outros e traçar o perfil - Gosto de igrejas. - Gosto de receber sms. - Gosto de ler. - Gosto do riso dos bebés. - Gosto de tascas e de restaurantes de luxo. - Gosto de desafios. - Gosto de pessoas um pouco loucas como eu. - Gosto de gelados. - Gosto touros. - Gosto de morangos e uvas. - Gosto muito de sonhar. - Gosto de tentar perceber o que vai na cabeça dos outros. - Gosto do cheiro do campo. - Gosto de admirar quadros de grandes pintores. - Gosto de fazer e que me façam massagens. - Gosto de beijos envolventes, intensos e de parar a respiração. - Gosto do azul do céu e do azul do mar. - Gosto de nadar. -Gosto de ir à piscina. -Gosto de ...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

1 ano

Era novo, praticamente um adolescente como outro qualquer, descobrindo a realidade da vida. Tinha as minhas decepções amorosas, notas razoáveis e momentos de alegria, muitos de tristeza, mas nessa confusão toda de sentimentos e sem com quem contar encontrei um amigo, companheiro, um consolo. Nem me lembro quando o conheci, acho que nascemos e crescemos juntos. Criava-me sensações divinas e todos os meus problemas se transformavam em risos. Na verdade nem me lembrava deles. Ao fim de toda essa sensação, este estado de alegria, tornamos amigos inseparáveis. Para tomar decisões importantes consultava-o sempre. E passaram-se dias, semanas, meses, anos e estávamos lá sempre que preciso, ele lá estava para me ajudar eu e ele juntos. Qualquer motivo era para estarmos juntos, por consolo ou comemoração. Com ele eu era o que queria ser. Um ser pleno de interioridade, brilhante como um sol. Era uma irrealidade no mundo real.

Tempos ouve quem me avisa-se, éramos amigos íntimos demais, era má companhia. Todos estavam contra mim, contra nós dois. Foi percebendo que o meu amigo estava a de certa forma a controlar e a baralhar os meus mais que baralhados sentimentos. Mas pouco liguei e o tempo passou e tudo continuou. Quando era preciso ele lá estava, encontrávamos mais às escondidas. Com o tempo fui vendo aquilo que nunca quis ver, era melhor cortarmos relações, ele nunca me controlou a vida mas era melhor ir cada um para seu lado, sabia que era difícil, pois amigo tão antigo e tão bem camuflado que ninguém nota não se vai embora assim só por ir. Mas com mais ou menos ajuda consegui e hoje faz um ano que não nos encontramos, embora ninguém se lembre, embora muitíssimos poucos saibam. Eu sei! Eu lembro-me! Sinto um misto de sensações, não sei se é motivo para ficar triste, escrevo mas não consigo dizer o seu nome, ou feliz por ter passado um ano sem ele. Vejo-o todos os dias mas não lhe ligo Mas sinto-me bem quando me lembro, afinal é um ano e não custou assim muito.
Agora só falta esperar pelo próximo ano e saber quantos mais anos vamos ficar separados. Viva eu!!!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Vida...

Que se lixem as poesias, os textos bonitos. As histórias encantadas, que se lixem as princesas, os príncipes e as fadas e os finais…
A vida não é bonita nem feia, nem feliz nem infeliz na sua generalidade.
A vida não é fácil, nunca ninguém disse que era. Mas também ninguém disse que era tão difícil.
A vida também não é bonita. Nem tão pouco feliz. A vida é dia e noite. É qualquer altura onde existe ser, razão para ser, onde poder ser e onde tiver de ser.
A vida é nascer. É sorrisos e alegrias. São muitas coisas bonitas que sem as coisas feias não seriam tão bonitas.
A vida é uma morte lenta, é a noite sendo ainda dia. É a tristeza e as lágrimas. São muitas coisas feias que sem as coisas bonitas não seriam tão feias.
A vida é quase nada. A vida é tudo.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O sentido

Qual é o sentido da vida, da existência? Qual é a essência que nos mobiliza? Queremos não querendo, desejamos, não desejando, sem saber realmente para onde nos encaminhamos. Cada momento pode ser determinante no percurso de vida; quando fazemos uma opção desconhecemos a multiplicidade de caminhos paralelos alternativos, jamais saberemos se esta realidade é realmente a melhor. O que fazer então? Viver cada momento e tirar partido dele, como se do último se tratasse, mas claro, sem comprometer os que se seguem... será isso realmente possível? Por outro lado, as realidades paralelas não são cruciais, têm importância na medida em que nos são úteis e nos fazem felizes, caso contrário, podemos abrir mão delas.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Opinião de um Zé Povinho

Sempre segui o processo Casa Pia com alguma atenção e curiosidade. Com arguidos famosos e cometidos tão horrendos crimes, e sabendo nós no país em que vivemos, só podia ter alguma curiosidade em saber o final desta telenovela tipicamente portuguesa. Uma conclusão de entre várias, eu tirei; os jovens casapianos foram abusados sexualmente, por quem?! Não sei! Os condenados juram pela alma das mãezinhas deles que não foram, deve ter sido obra de fantasmas ou espíritos.
Foram 5 anos de julgamento. Foram ouvidas centenas e centenas de testemunhas. Foram atirados nomes de pessoas para o ar que talvez nada tinham que ver com o processo, mas outros talvez tivessem a ver. Os magistrados foram postos em causa do primeiro ao último dia. Os advogados, como era de esperar, contribuíram mais do que ninguém para o atraso do andamento do processo. Os arguidos viram as suas vidas adiadas. As vítimas ficaram a aguardar. O país inteiro especulou, difamou e, mais do que tudo, duvidou. Duvidou e continua a duvidar, e é este o principal problema deste processo - a dúvida.
Todo este processo fez crescer questões legítimas. Não me lembro de um tempo em que não se dissesse "isto está tudo mal" ou "os poderosos safam-se sempre" ou outras larachas do género. A verdade é que, com este caso, há questões que fazem todo o sentido. A dúvida está instalada. Ela é, agora, objectiva e inevitável. Não há alteração de legislação, mudança de liderança ou reforma do sistema que safe a imagem da Justiça do nosso Portugal, como dizem os mais melancólicos “deste belo cantinho à beira mar plantado” que nestes caso mais parece o cu da Europa. Se o cidadão não acredita e rejeita a Justiça, ela não existe.
Chegados ao fim da primeira parte, pois, pois! Agora vêm uma parafernália de recursos para instâncias superiores, corre-se o risco de prescrever. Resta-me pensar aquilo que verdadeiramente me preocupa em concreto; Será que a justiça existe mesmo? Ou não será uma mera vã palavra? Serve para quê? Haverá pessoas acima da justiça? Quem tem dinheiro, pode contornar a justiça?



segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A sobriedade da comida

A virtude da sobriedade e da temperança tem como propósito meter ordem interior em nós, regular-nos do que é certo e errado. E manifesta-se de várias maneiras: na bebida, na curiosidade, na imaginação, nos sonhos (utopias), nas acções na vida em sociedade e ao sermos sóbrios na comida, etc, etc. Normalmente associa-se mais a sobriedade ao álcool. Mas penso que sobriedade também se coaduna com os excessos na alimentação, se assim não for corrijam-me. O principal efeito da virtude da sobriedade na alma é a paz, uma paz profunda, de quem é o senhor de si.


Nem todos os piropos ouvidos por uma mulher vão resultar em namoro ou casamento, nem todas as horas são para serem passadas deitados na cama, nem todas as coisas são para ser deixadas para fazer "depois" ou amanhã ou quando calhar, nem todas as sugestões da moda são para ser seguidas, nem todos os boatos são para se levados a serio. Ou seja, nem tudo que é experimentado ou proposto ao nosso corpo e à nossa mente vai tomar-nos sem controlo. Nem tudo o que se pode fazer se deve fazer.

Por isso, por vezes é mais cómodo ou mais fácil deixar-se arrastar pela gula, imaginação, luxúria, curiosidade, preguiça, comodismo, etc. Do que fazer o dever, o que custa ou simplesmente controlar-se. Mas o senhor de nós mesmos é a essência de sermos nós mesmos a decidir e não o que o condicionamento ou o vício modelaram.

Há quem prefira justificar-se considerando natural e normal o "deixar-se" levar ou arrastar-se; ou para não se reprimir, ou porque é mais moderno fazer o que se quer quando se tem vontade, etc. Mas ao final esse caminho da falta de sobriedade na comida só leva à tristeza, à depressão e à própria redução pessoal.


domingo, 22 de agosto de 2010

Excessos da vida quatidiana

Ao ver um programa no Discorvery sobre a vida quatidiana do ser humano fiquei a pensar se será que estamos satisfeitos com o modo como vivemos hoje? A resposta a esta pergunta na minha opinião, tem a ver com o modo como conduzimos a nossa vida, se somos hipnotizados pelos apelos do consumo.


Já repararam como há uma variedade de ofertas para cada coisa que fazemos? A vida parece um grande supermercado onde existe um sortido rico muito grande de coisas para escolher. Isso não está relacionado somente a uma variedade de produtos no mercado. Há também uma variedade de ideias, de concepções morais, de religiões. Podemos ir mais adiante. Essa variedade reflecte-se nos excessos que acontecem à nossa volta. Excessos de violência, de informação, de alternativas, de diferenças, de preferências...

A diversidade não é ruim de todo, mas o excesso tem causado uma séria crise: a oferta tem sido maior que a nossa capacidade de assimilar. E isso tem provocado um certo medo tomar decisões, de fazer escolhas. O receio de fracassar ou de tomar uma decisão agora e depois deparar-se com uma situação melhor.

As maneiras como se constitui a sociedade contemporânea, todos os apelos destinam-se a criar sentimentos de desejo ou aversão nas pessoas. Ir atrás de coisas novas ou diferentes nunca satisfaz, e jamais teremos a satisfação se entrarmos num ciclo interminável de ganhar e gastar, de desejar e de arrepender.

O antídoto para o sentimento de ansiedade provocado pelos excessos é o contentamento.

O contentamento não é o resultado de fazer ou ter. Não basta reorganizar a vida somente do lado de fora, adoptando um estilo de vida isento do consumismo, o que é impossível. Vale a pena adoptar um estilo de vida mais simples, ter uma dieta mais natural, diminuir o de prestações, reduzir as dívidas, reservar mais tempos com os amigos e família, etc, etc...

O contentamento é uma experiência interior, um modo de ser, que não é dominado pelos apelos exteriores.

O que pode causa insatisfação na vida das pessoas é a projecção, que é o erro de atribuir um aspecto, negativo ou positivo, da nossa vida interior a alguém ou algo exterior. Como se transferíssemos para os outros ou para outras coisas a responsabilidade de sermos felizes ou infelizes. E por conseguinte leva-nos a elogiar ou a culpar pessoas. Projectamos nos outros atributos negativos (preguiçoso, ganancioso, invejoso, covarde, etc.) e positivos (confiável, amoroso, fiel etc.). Movidos por essa projecção, agimos de modo emocional, compulsivo e desproporcional por vezes. A maneira de superar as projecções e parar de culpar o mundo pela sua insatisfação é aceitar honestamente como somos, aceitar a realidade da nossa vida.

Outro factor é termos uma visão distorcida de como realmente somos, quando pensamos e agimos como se fôssemos mais do que realmente somos, cheios de expectativas e até mesmo de arrogância. Logo a vida quotidiana leva-nos a uma inflação, voltada para o progresso, para o consumo, para o excesso. Todas as vezes que nos inflamamos, pagamos um preço. Toda a inflação é seguida de uma deflação, que é uma visão de nós mesmos só que em menor tamanho daquilo que realmente somos, um sentimento de insuficiência, de negatividade, de alienação, de solidão.

domingo, 1 de agosto de 2010

Opinião de um homem sobre o corpo feminino

”Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.


Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheiinhas, femininas... essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.



Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.



Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês, porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.



Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos. Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto.

Paulo Coelho

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vira o disco e toca o mesmo...

Há dias que são assim, são tantos que já é banal. Uma incerteza, uma espécie de melancolia, tudo está errado, que nada certo. Depois a velha historia: um sentimento de impotência, de inércia e de solidão, vontade de não fazer nada e o pouco que faço é com um tremendo esforço.


São dias de marasmo e de monotonia, onde nada acontece e o que acontece é nada de jeito. É tudo sempre igual e rotineiro. Dá vontade de chorar, de fugir pra qualquer lugar onde não conheça ninguém, onde não me lembre de nada, onde eu apague os problemas e onde eu comece de novo.

Mas ainda bem que são apenas alguns dias, alguns momentos; Depois você percebe-se que é impossível fugir, é impossível viver só de alegrias e que não dá pra se conformar com o pouco e é preciso viver e ir buscar o muito da vida ao muito da tristeza. É deixar que a melancolia entre na nossa vida só por instantes, a fim de mostrar que é preciso melhorar, é preciso correr atrás e que ainda há muito mais a fazer.

Não sabemos o que são a alegria e felicidade se não houvesse a dor e a tristeza. Elas mostram que há algo de errado e que precisamos descobrir e consertar. A nossa vida é cheia de "altos e baixos", mas não podemos deixar que os "baixos" sejam em maior número. E é isso que tenho feito, lutado para não me deixar abater pelas situações. Tenho procurado entender que há tempo para todas as coisas. E que Deus tem preparado maravilhas para mim, eu só preciso fazer a minha parte. É preciso cultivar os bons momentos e tirar proveito dos maus. E depois de ler o que escrevi, percebo que é sempre a mesma conversa blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, wiskas saquetas (esta é da autoria da Dark angel).

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Prazer

O prazer está muitas vezes conotado com o pecado. No caso concreto do amor, o prazer associado ao sexo, muitas vezes visto como pecaminoso, associado a excessos, à irresponsabilidade (por algumas mentes de pequena estatura). E no entanto o prazer existe em todas as formas de amor e de sexo, e regula toda a nossa existência e os nossos comportamentos

Os nossos amores podem implicar por vezes sacrifícios, generosidade, compaixão, caridade, mas até no fundo desses amores e desses actos não deixa de haver sentimentos de prazer.
Quando amamos o que quer que amamos, não deixamos de retirar prazer, satisfação, desse amor. Quando amamos certas ideias, certas formas de poder, ou certas expressões artísticas, fazemo-lo porque temos prazer nisso. O amor é indissociável do prazer. Não se pode amar duradouramente e intensamente sem retirar prazer daquilo que amamos.

É inelutável e inalienável. As nossas vidas estão restringidas por princípios e regras de prazer e dor. Somos animais cujos comportamentos e mentes estão enquadrados nesses termos. Procuramos o prazer e fugimos à dor. Procuramos o prazer da comida, o prazer da poesia, o prazer da música, o prazer do poder, do domínio. Fugimos à dor imediata, à dor causada pelo espectro da morte, à dor associada aos nossos medos.

Nesta perspectiva, o amor é apenas uma das vias de obter prazer, a alegria talvez a via porventura mais importante, sem a qual, a vida perde o sentido e não há prazer.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Juntos na distância

Estar sozinho é absolutamente o oposto de estar com alguém (que grande constatação!).
Estar sozinho é fechar as mãos no nada quando se atravessa a rua e não ter a mão de quem se queria ter para segurar.
É acordar sem saber o que será do dia porque planejar sozinho dá preguiça e vontade de não fazer nada.
É querer falar para alguém, mas para quem?
A vida simplesmente acontece porque o tempo não pára.
Estar sozinho é ficar na cama acordado até tarde.
Não para congelar o tempo na alegria, mas para fazer de conta que o tempo não existe.
É ter a sensação de liberdade e estar amarrado ao chão embora os pensamentos flutuem de sonhos e divaguem por ai.
Estar sozinho é não gostar da palavra solidão porque ela faz sentido.
E o sentido dela dói demais. Estar sozinho é ter um sorriso nervoso, de quem segura um grito e uma lágrima enquanto ri.
Um riso falso para se convencer de que é possível ficar sozinho sem ficar deprimido.
Estar sozinho é uma coisa física, ou melhor, é a falta dela (a tua falta princesa!).
É ocupar a vida dos outros com reclamações, lamentações, dúvidas e carências.
Apesar da separação física sinto-me feliz.
Nunca um amor tão distante esteve tão perto, porque o que sentimos um pelo outro está sempre latente no meu pensamento e dentro de meu coração.
Pouca vezes um amor tão distante esteve assim tão perto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A sorte

As nossas vidas são, para nós, tão claras e transparentes e cristalinas como a água. Penso que nada acontece por acaso, tudo tem um propósito e é tudo fruto do que fazemos. A sorte é puro merecimento, é como uma boa colheita, tem que ser plantada com bons pensamentos e boas acções. Penso que um grande factor para se ter sorte é a maneira como pensamos e posteriormente como agimos. Temos pensamentos positivos e pô-los em prática, mais tarde ou mais cedo a sorte vai aparecer. Os pensamentos geram palavras, as palavras precedem atitudes, e haverá sempre uma atitude que mais tarde ou mais cedo virá com a sorte. Atitudes essas que acabam por moldar o nosso carácter e muitas vezes escolher o nosso destino, mas não era bem por aqui que queria entrar.
A sorte não é um trevo de quatro folhas, nem uma ferradura na porta de casa, nem levantar de manhã e pisar o chão primeiro com o pé direito. A sorte é nada mais, nada menos o fruto das nossas acções, o trabalharmos as nossas ideias, seguirmos o nosso caminho em vez de andar sempre olhar para o caminho do vizinho do lado e a inveja-lo. A sorte em qualquer coisa da nossa vida decorre de trabalho duro, criatividade, percepção e determinação de tirar proveito das oportunidades que se apresentam. O sentido de oportunidade e o querer ir mais alem. A sorte é uma consequência da conduta gerada pelo nosso comportamento continuado e insistente (esta frase saiu bem).
Isto tudo para dizer que hoje foi um dia de sorte. Estava tudo normal e numa fracção de segundos estava em apuros, mas com sorte tudo se resolveu bem. Penso que foi uma sorte merecida, pois tenho trabalhado num sentido, tentando por em prática as minhas ideias, e, tenho conseguido, umas vezes mais de vagar outras mais depressa, umas vezes com mais feeling outra com menos.
Já agora aproveito a ocasião que não acredito nas sortes dos euro-milhões, não me diz nada, só serve para criar mais arrogantes e mais uns quantos que pensam que são donos do mundo

quarta-feira, 2 de junho de 2010

As chaves da nossa fechadura

Todos nós temos uma chave no nosso coração. Uns andam sempre abrir e a fechar a porta, outros tem a felicidade de a abrir poucas vezes mas, abrirem para as pessoas certas e outros ainda fecham-na a sete chaves. Eu sou um exemplo dos que a abrem com facilidade.
Na vida há pessoas que nos desiludem, talvez porque perdemos demasiado tempo a idealiza-las como gostaríamos que fossem e não vimos verdadeiramente bem no inicio como eram. Mas também há outra que sem apercebermos nem saber como ficam guardadas para sempre, talvez porque não esperávamos muito delas e simples gestos e ficam marcados em nós para sempre.
E assim ficamos sem saber porque idealizamos muito os outros, porque nos ligamos tanto a outros sem querermos saber porque elas não se ligam a nós, e vice-versa, de que se fazem amizades, quanto duram, quanto valem, a quem e como decidimos que vale a pena dar mais um pouco de nós… Às tantas já nem sabemos a quantas andamos e se é com a pessoa certa e pior! Se ela é merecedora de nós!!
As vidas mudam, os amigos perdem-se, mas os laços ficam guardados no coração, nenhuma distância ou tempo os quebra. Temos guardadas imagens de momentos que não voltarão a repetir-se, cheiros, gargalhadas, sorrisos, abraços… e ficamos com pena quando os recordamos de não termos sabido agarra-los com maior intensidade com quem os partilhamos. Talvez à conta disso tenhamos amizades demasiado fracas, que poderiam ter sido mais fortes se tivéssemos vivido melhor esses momentos passados ou talvez tenhamos dado menos do que deveríamos ter dado. Mas por vezes a vida ensina-nos da pior maneira. Os amigos que nos desiludem deixam sempre uma marca, porque esperamos por eles e nunca vêm até nos, mas onde uns se perdem outros se encontram, e, agora talvez com mais cautelas, mas porem com uma certeza de que a marca deixada será maior.
É bom sentir que alguém gosta de nós como somos, gostaram ontem, gostam hoje e gostarão amanhã. É ai que se encontra a segurança, que cresce a confiança e onde nasce a sabedoria…
Por isso temos sempre guardado algumas pessoas no nosso coração, pessoas especiais, que de vez em quando dão um sorriso, um “olá”, uma frase bonita… coisas que nos fazem pensar e até escrever e é por isso que todos nós temos uma chave no nosso coração. Uns andam sempre abrir e a fechar a porta e outros ainda fecham-na a sete chaves.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O livro da vida



Encontrei este texto e ao lê-lo fiquei com uma sensação de deja vu:
Entre a consciência e o sonho, deparei-me com uma grande sala.
Ao aproximar-me, apercebi-me de um guardião na porta que me disse.
- Ninguém pode entrar aqui. Aqui estão guardados os "LIVROS DA VIDA". Aquele que conseguir passar por esta porta  poderá  ter acesso ao seu livro e modificá-lo a seu gosto.
A minha curiosidade era grande! Afinal eu poderia escolher o meu destino. Com a minha insistência o guardião resolveu ceder um pouco e disse-me:
- Está bem. Dou-te cinco minutos, e nem mais um segundo.
Eu nem acreditava! Cinco minutos era mais do que suficiente para que eu pudesse decidir o resto da minha vida, afinal, poderia apagar e acrescentar o que eu quisesse no "LIVRO DA MINHA VIDA".
Entrei e a primeira coisa que eu vi foi o Livro da vida do meu vizinho da frente. Não aguentei de curiosidade. O que será que estava escrito no Livro da vida dele? O que será que o destino reservava para aquela pessoa? Abri o Livro e comecei a ler. Não me conformei. Verifiquei que a sua vida lhe reservava muita coisa boa e não tive dúvidas. Apaguei algumas coisas boas e reescrevi o seu destino com algumas coisas más.
Logo vi um outro livro. De um colega de trabalho que eu  não gostava muito e fiz a mesma coisa...
De repente deparo-me com o meu próprio livro!
Nem acreditei! Este era o momento... Iria mudar o meu destino... Iria apagar todas as coisas más e iria reescrever só coisas boas... Eu seria a pessoa mais feliz do mundo!!!
Quando peguei no Livro, eis que alguém bate no meu ombro:
- O SEU TEMPO ACABOU! PODE SAIR!
Fiquei atónito!
- Mas eu não tive tempo nem de abrir o meu livro!!!
- Pois é -disse o guardião. Eu dei-te cinco minutos preciosos e poderias ter modificado o teu livro, mas, só te preocupaste com a vida dos outros e não tiveste tempo de ver a tua.
Abaixei a minha cabeça, cobri a face com as mãos... E saí da sala...
 

 Muitas vezes  preocupamo-nos com a vida alheia e acabamos por esquecer de cuidar da nossa própria vida... Quer no bem quer no mal...

Dá que pensar um pouco... Se não for difícil...

domingo, 16 de maio de 2010

Sensação de solidão

Muitas das vezes me pergunto a mim mesmo: "Qual será o propósito da minha vida?"
Até hoje nunca consegui encontrar resposta alguma que me satisfaça.
Vou escrevendo para desabafar as minhas dores emocionais neste blogue e como um meio de partilha com quem  possa sentir e achar o mesmo que eu, e, também porque pelo menos assim não me sinto tão sozinho
Às vezes estou de bem comigo, mas de repente, basta uma atitude, um gesto de alguém próximo ou mesmo a ausência de gestos, para vir à tona uma sensação de mau estar, de frustração.
Começou na quinta-feira na aula e hoje foi coroar desta sensação. Parecem que vagueiam "vozes" na minha cabeça mandando-me abaixo, diminuindo a fraca auto-estima, e, depois forma-se uma lei da atracão, pensamentos uns atrás dos outros a virem à tona.
Tenho a impressão que nada do que possam dizer ou fazer vai conseguir mudar esta sensação de vazio. As palavras meigas e carinhosas que por vezes me dizem de pouco valem, para me tirar este sabor amargo da solidão. Nunca nada vai mudar.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Coisas boas da vida

Estar apaixonado.
Rir até sentir as maxilas a doer.
Um bom duche, com agua a correr com força.
Um supermercado sem filas.
Um olhar especial.
Receber um sms bonito sem esperar.
Conduzir numa estrada bonita.
Ouvir a nossa música preferida no rádio.
Uma boa conversa.
A praia e a piscina.
Jogar à bola.
Achar uma nota de 10€ esquecida no bolso de trás das calças.
Rir de nós mesmos.
Rir sem absolutamente razão nenhuma.
Ter alguém para te dizer que é bonito e simpático.
Rir por alguma coisa que nos lembramos.
Os amigos.
Ouvir acidentalmente alguém falar bem de nós.
Acordar e perceber que ainda faltam algumas horas para dormir.
Fazer novos amigos ou ficar junto dos velhos.
Conversas ao serão com amigos.
Alguém brincar com o meu cabelo.
Bons sonhos.
Viagens e passeios com a família.
Beijar na boca.
Ir a um bom conserto.
Vencer um jogo difícil.
Passar o tempo com os amigos.
Ver os amigos sorrir ou a rir.
Segurar as mãos de um amigo.
Encontrar com um velho amigo e descobrir que têm coisas que nunca mudam.
Ouvi dizer “eu gosto de ti” de quem se ama ou de um amigo.
Abraçar a pessoa que você ama.
Ver a expressão de alguém que ganhou um presente que queria muito.
Ver o nascer do sol.
Deitar ao final do dia e agradecer a Deus pelo dia que passou…

A vida também tem coisas boas!!!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A simplicidade da felicidade

A felicidade é muito simples, assim dizem os entendidos, resume-se a incorporar a criança feliz que fomos no nosso interior novamente, fazer as coisas que temos que fazer diariamente, como fazíamos nossas obrigações infantis. Com alegria, com entusiasmo, independente de qual situação passamos. Confesso que concordo com esta perspectiva. Se olharmos para uma criança a brincar com os seus amigos, vemos que ela corre, cai, brinca, briga por alguns momentos, magoa-se, mas nenhuma sensação ruim dura mais que cinco minutos. Ela simplesmente deixa passar, sem guardar mágoa ou rancor, e logo volta a brincar e a divertir-se de novo. Logo volta a sorrir com algo novo que descobriu.
A nossa vida adulta seria mais simples, se estivéssemos preocupados com as coisas novas que descobrimos, não guardando magoa nem rancor do que nos acontece, e vendo cada queda, cada arranhão, como uma oportunidade de aproveitar e aprender a viver sempre o melhor da vida…
Em criança subi em árvores, corri, pulei muros e roubei fruta nas fazendas. Tenho cicatrizes que provam minha infância, e hoje, mais maduro, entendo que se tivesse visto as cicatrizes que adquiri actualmente, nas quedas da vida adulta, como via um arranhão quando era criança, teria aproveitado mais cada momento.
Tento ser feliz hoje, despertei a criança interior que vive em mim, despertei a alegria de viver que tinha quando brincava na infância, após muito tempo deixando a vida endurecer-me. Decidi mudar esta forma de pensar, de ver o lado positivo em cada queda, de aprender a sorrir quando a raiva, o desgosto e a magoa tomam conta de mim..
Ver a beleza em coisas simples, ver a beleza em um sorriso espontâneo, ver a beleza em momentos, e fazer de cada momento um momento feliz. A felicidade não é um sentimento eterno e fixo, a felicidade tem movimento, vai e vem, e aprender a viver este movimento é a chave de ter uma vida melhor. A felicidade é como a perfeição. A perfeição pode ser descrita como o mar, ou como o céu, sempre em mutação, sempre em movimento. Se aprendemos a nos movimentar, talvez aprenderemos a ser felizes, a viver melhor.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.


O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...


Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.


Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!


Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.


O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa


Para todos os stressados...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pensamentos III


É preciso não pensar na idade mas vive-la, é preciso antes de tudo encontrar a paciência, suprir a necessidade da mente em busca do dia-a-dia na consciência de entender que podemos e devemos lutar para vencer, mesmo que, já tivesse sido derrotado alguma vez, mas, sem nunca perder as esperanças.
Porque o comodismo é uma total ineficiência que provoca o transtorno dos sentimentos que ajudam a encontrar o caminho para paz.
A vida é todo um espaço de tempo que temos para pensar no momento em que estamos consciente do que fazemos em benefício do amanhã.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Impróprio para consumo

Nunca sentimos, na vida real, a felicidade que acreditamos existir. Nossa crença nela é justificada pela fachada sorridente dos outros, assim como eles acreditam na nossa. Por isso é comum tantos viverem em função da felicidade alheia. Todos sempre sorrindo, muitas vezes infelizes. Enganam-se e vivem uns pelos outros em nome de uma felicidade que não sentem. Como pensamos que a felicidade é a única coisa capaz de justificar a vida, tornamos obcecados em ser úteis. Buscamos acreditar que os outros são felizes para que isso justifique nossas vidas, ao menos como um meio para a imortal felicidade que de nós sempre se esconde.
Trata-se da projecção de nossas expectativas nos demais, e esse é o motivo pelo qual a felicidade sempre se encontra do lado de lá, pensamos que os outros podem ser felizes como nós gostaríamos de ser. Sabendo disso, voltamos a eles, fazemos um favor qualquer, e eles sorriem-nos uma prova de que a felicidade existe. Dela fazemos parte porque de nós veio o favor. As nossas mentiras, umas vezes reflectidas nos outros, tornam-se verdades, também a felicidade é regida pelo princípio da hipocrisia suficiente
Sentem-se miseráveis, mas acreditam que nós sejamos felizes. Se eles vivem para nós, e nós para eles, onde está a felicidade? O círculo rompe-se porque não conseguimos nos enganar sorrindo para nós próprios. A solidão muitas vezes cai sobre as nossas cabeças como uma prova irrefutável de que ser feliz é um paradigma muito complexo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Apetece-me escrever

Fico até com vergonha de postar isto. Mas estou para aqui às voltas, ainda começo a ficar deprimido sem saber o que escrever e vontade não me falta, e eu hoje que até me sinto bem com o sol radioso que está lá fora.
Apetece-me escrever, mas não sei o quê. Fico quieto. Já meti o cérebro a descoberto mas não funcionou. Vou expiar a culpa baseado no tamanho do cérebro:).
Só estou a escrever isto para ver se bate alguma inspiração, se tenho algum tema na cabeça e até para ter interesse para os meus aproximados 2,5 leitores.
Apetece-me escrever mas estou quieto, respiro fundo e continuo quieto. Vou-me levar pela apneia de nem sequer pensar nisso.
Vou repousar firme e hirto no sofá e ganhar musgo. Depois, baseado em factos parcelares, vou construir uma história num bloco de gelo mas vou-me esquecer dela ao sol.
Ultimamente a minha vida tem sido agitada, com movimento e assunto não faltaria mas nem assim. De qualquer maneira, prometo a mim mesmo que vou tentar escrever alguma coisa que preste esses dias, quem sabe até mesmo hoje.
Vês o texto lá ao longe, cada vez mais perto? Acena-lhe.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A morte

NÃO SOMOS AFECTADOS PELAS COISAS…
A morte coloca-nos diante da mais simples verdade, e da única certeza absoluta que temos, nem mesmo o mais céptico pode duvidar. A dor que nos dilacera nestes momentos, o chorrilho de pensamentos não cabem em palavras. O que dizer a quem perdeu um ente querido? Não é fácil. Por mais sincero que seja o que proferimos em tais circunstâncias, não é suficiente para aliviar a dor e ainda pode soar formal.
A morte também é elucidativa. Ela ensina, mostra o quanto somos frágeis e explicita a efemeridade da vida. Não podemos confiar no amanhã, pois nada nos garante que estaremos vivos. No entanto, precisamos nos iludir, pois é insuportável imaginar a ausência do ser no dia que segue. Devemos valorizar cada segundo como se fosse o último.
Falo disto porque faleceu alguém das minhas relações, da minha idade, e  ao que parece o único motivo que teve para falecer foi o facto de estar vivo, pois sentiu uma dor e caiu para o lado, nada mais simples. Sem dar conta parei para pensar, o quanto é o tamanho da minha mesquinhez, passo o tempo com lamechas e coisa insignificantes, quando devíamos preocupar-nos em viver, pois pode-se perder a vida enquanto Deus pestaneja os olhos.
Infelizmente só pensamos na morte quando morre algum conhecido. Quando isso acontece num círculo mais próximo é possível constatar a falta de preparo que todos temos para lidar com o assunto. São dezenas de dúvidas de todos os tipos, desde aquelas bem práticas até as existenciais. O facto é que não estamos preparados para ela nem queremos estar.


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Porque escrevo...

Eu escrevo porque sinto necessidade de escrever. Escrevo porque por vezes estou irritado com o Mundo. Escrevo porque me sinto sozinho, talvez eu escreva porque espero entender como sou. Escrevo porque gosto de ser lido, porque gostava de ser útil. Escrevo porque a passividade que preenche as palavras depois serão lidas com firmeza, porque o valor que têm permite-me reinventá-las ao sabor da minha imaginação, escrevendo triste para depois as ler feliz. Às vezes escrevo algo profundo e reflexivo, noutras simplesmente o que me vem á cabeça. Mas o facto é que escrevo para expressar melhor as minhas ideias a mim mesmo, mesmo que ninguém leia. É como se na minha cabeça produzisse muitos pensamentos que preciso encontrar um lugar para serem arrumados e necessitassem da aprovação de alguém. Enfim, sinto necessidade de desabafar de quando em vez. Não acho, aliás, que estou a fazer alguma coisa muito importante ou que tenho opiniões muito originais.
Escrevo porque desejo escapar do mau presságio de que há um lugar aonde eu devo ir, mas onde, como num sonho, ainda não cheguei por completo. Escrevo porque não consigo ser mais ninguém que não eu próprio. Eu escrevo porque sonho.
E vocês, escrevem porquê?

terça-feira, 30 de março de 2010

Desilusão


Tentei encontrar o significado do que sinto, de como me sinto, desiludido! Mas, nenhum sinónimo, nenhuma explicação consegue transmitir na íntegra como me sinto, estou mesmo danado. É, agora sinto-me assim, desiludido comigo por permitir que me deixe ficar assim mas, poderia eu evitar a desilusão? Não sei! Maior que a desilusão é não ser capaz de conseguir, de falhar, de perceber o porquê, não entender a razão, não ter explicação para tal. Sem nada que faça prever (e isso ainda dói mais) surge uma fenda que depressa se torna num buraco enorme e tudo continua igual, e, tudo isso me revolta ainda mais.
Desilusão é talvez resultado de ilusão. Provavelmente iludi-me, imaginei o que não sou, o que quero ser, imagino na ilusão a minha “salvação” e, com tudo isto ainda mais perto do abismo fico. A vida é mesmo assim, feita de ilusões e desilusões que nos ajudam a crescer, a aprender e, de todas as que tenho tido tento ver sempre o lado positivo, mas todas elas me tornaram naquilo que sou hoje, ciente do que sou capaz, mais pouco determinado e com muito medo. Fico mesmo fulo quando estou assim, que merda pá! Bem! Já desabafei o que sinto neste momento, estou ligeiramente aliviado, já passa! 


segunda-feira, 29 de março de 2010

Preciso de alguem...


Achei fenomenal:
"Preciso de alguém que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado;
Alguém Amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um Amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida.
Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um Amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo: "Nós ainda vamos rir muito disso tudo " e ria muito.
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu Amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira,
a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela . . "

Sir Charles Chaplin