A virtude da sobriedade e da temperança tem como propósito meter ordem interior em nós, regular-nos do que é certo e errado. E manifesta-se de várias maneiras: na bebida, na curiosidade, na imaginação, nos sonhos (utopias), nas acções na vida em sociedade e ao sermos sóbrios na comida, etc, etc. Normalmente associa-se mais a sobriedade ao álcool. Mas penso que sobriedade também se coaduna com os excessos na alimentação, se assim não for corrijam-me. O principal efeito da virtude da sobriedade na alma é a paz, uma paz profunda, de quem é o senhor de si.
Nem todos os piropos ouvidos por uma mulher vão resultar em namoro ou casamento, nem todas as horas são para serem passadas deitados na cama, nem todas as coisas são para ser deixadas para fazer "depois" ou amanhã ou quando calhar, nem todas as sugestões da moda são para ser seguidas, nem todos os boatos são para se levados a serio. Ou seja, nem tudo que é experimentado ou proposto ao nosso corpo e à nossa mente vai tomar-nos sem controlo. Nem tudo o que se pode fazer se deve fazer.
Por isso, por vezes é mais cómodo ou mais fácil deixar-se arrastar pela gula, imaginação, luxúria, curiosidade, preguiça, comodismo, etc. Do que fazer o dever, o que custa ou simplesmente controlar-se. Mas o senhor de nós mesmos é a essência de sermos nós mesmos a decidir e não o que o condicionamento ou o vício modelaram.
Há quem prefira justificar-se considerando natural e normal o "deixar-se" levar ou arrastar-se; ou para não se reprimir, ou porque é mais moderno fazer o que se quer quando se tem vontade, etc. Mas ao final esse caminho da falta de sobriedade na comida só leva à tristeza, à depressão e à própria redução pessoal.
O último beijo
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Lembro-me bem do teu último beijo. Foi o último dos teus murmúrios de
beijo. Tirei-te a máscara de oxigénio, encostei a minha cara nos teus
lábios e tu mo...
Há 5 dias