quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Pensamentos diários



É uma questão de sentir e não aceitar nada do sou. É hora de deixar sair as boas lembranças. Noites sem sono, sorrisos não sinceros, abraços mal sentidos
Vontade alguma de não estar nesse nada que tudo tem, de chorar lágrimas que não molham, de dormir pensando em quem não deveria ser pensado. Não permitir que asas se abram e voem sem saber a direção.
  É questão de olhar no espelho e dizer “eu amo-me”. É sorrir. Poder olhar os defeitos e torna-los vitorias. Saber escrever, sem hesitar. Tentar esquecer, sem lembrar. Não construir uma vida de sonhos infantis na mente, tendo a certeza que não vão se concretizar. Pisar no chão com teimosia, e saber que dali pra frente, é assim que deve ser. Pensar em mim não quer dizer que eu seja egoísta, muito pelo contrário. Olhar-me dentro e perceber que ali existe alguém, que eu nunca pensava que poderia existir.
Aceitar que nada se tem, sem lutar. Acreditar que o impossível não me vai parar em momento algum. Saber distinguir a diferença de um “sim” e de um “não” . Tentar não ser tão flexível em todas as situações. Não compreender, o que se tem de punir. Não perdoar, quando o coração ainda sofre as consequências do erro. Deixar de fingir que nada aconteceu, que não houve mágoas, que não houve palavras pesadas. Saber o próprio limite e não ultrapassá-lo por nada que não seja a felicidade. Não dar-me a quem não merece. Não tentar conhecer, quem não quer ser conhecido. Não amar, quem não pode amar com o mesmo sentimento. Esquecer o “se”, viver o “agora” e planear o “amanhã” porque o limite de um homem é o limite dos seus sonhos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Espelhos


Olhar no espelho pode representar muito mais do que a certeza da aparência física. Nossos olhos conseguem ir além da imagem que reflete, conseguem ir ao interior. O espelho só ganha vida quando passamos a conseguir realmente ver através dele.
 Muitas vezes olhei-me ao espelho e mal me consegui ver, porque por detrás da imagem de um comum ser, ao olhar-me profundamente nos olhos, conseguia aperceber que se escondia uma pessoa frágil, triste e fraca. Alguém que questionava se o que via era realmente a sua representação fiel ou apenas uma figura qualquer, tentando convencer aos outros e a si mesma de que tudo estava bem e inteiramente sob controlo. Quase sempre fazemos isso! Olhamos o espelho, penteamos os cabelos, exibimos as faces ruborizadas e coloridas, ensaiamos um sorriso amarelado e pensamos que o dia vai correr bem. O espelho passa a ser um amigo, falso. Ele não nos engana, somos nós na medida certa que queremos ser enganados.
Quando pensamos no reflexo do espelho, vemos apenas a superfície e, desse modo, vemo-nos superficialmente, deixando de analisar o que há escondido nas profundezas. É mais fácil, naturalmente, crermos nisto, pois somos tão carentes, que mergulham-mos nessa certeza e deixamo-nos afogar nas contradições da vida. Quando olhamos com olhos de ver, procuramos uma forma de atenuar a amargura e tristeza, quando nos conseguimos realmente ver.
Estar ou ser belo nasce de dentro, das profundezas do nosso ser. Na superfície somos o que queremos ver, mas a realidade esconde-se nas profundezas. Quem reflete a imagem somos nós e não ele. Não importa mostramo-nos incrivelmente belos ou terrivelmente feios. Importa é o que está além do que os olhos vêm, lá dentro. O espelho é capaz de traduzir com fidelidade o espírito de quem está diante dele, é um amigo sincero. Mas culpá-lo não resolve. Primeiro deve-mos ao ver-nos, entendermo-nos. O belo irradia sentimentos.