sexta-feira, 22 de abril de 2011

Remorsos

A palavra remorso tem origem latina, vem de remorsus, particípio passado de remordere, que significa tornar a morder. Liga-se, portanto, a dilacerar, atacar, satirizar, ferir, torturar, atormentar. A própria etimologia da palavra já nos dá a ideia de como esse sentimento é doloroso e da angústia e até mesmo da vergonha que o acompanha. Isso vem da consciência de termos agido mal. Geralmente vem acompanhado de arrependimento, culpa, lamentação.
Remorso é necessidade de perdão. O tempo lava, mas não elimina. Há sempre aquele sobressalto na memória, o murmúrio de autocrítica, as lembranças. “Só me arrependo do que não fiz”, costuma dizer a arrogância, à verdade.

Eu penso que os remorsos estão de certa forma ligados à covardia. Quando nos prevalecemos de alguém, fomos duros com quem não podia se defender…
Fantasiamos a nossa coragem enquanto fugimos dela repetindo as mesmas maldades. Mas a nossa consciência que nos esclarece sobre essas acções é o princípio para as reverter. E é ai então, que os remorsos surgem. Se somos capazes de nos arrepender, então temos potencial para evoluir. Em algum momento da nossa vida sentimos remorso. É um forte sinalizador de que nos preocupamos ou deveríamos nos preocupar com algo importante que temos a aprender.
Só escrevo isto para me desculpabilizar um pouco de situações em que agi de uma maneira, sabendo que não era a mais correcta, mas era a mais fácil.