segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A sobriedade da comida

A virtude da sobriedade e da temperança tem como propósito meter ordem interior em nós, regular-nos do que é certo e errado. E manifesta-se de várias maneiras: na bebida, na curiosidade, na imaginação, nos sonhos (utopias), nas acções na vida em sociedade e ao sermos sóbrios na comida, etc, etc. Normalmente associa-se mais a sobriedade ao álcool. Mas penso que sobriedade também se coaduna com os excessos na alimentação, se assim não for corrijam-me. O principal efeito da virtude da sobriedade na alma é a paz, uma paz profunda, de quem é o senhor de si.


Nem todos os piropos ouvidos por uma mulher vão resultar em namoro ou casamento, nem todas as horas são para serem passadas deitados na cama, nem todas as coisas são para ser deixadas para fazer "depois" ou amanhã ou quando calhar, nem todas as sugestões da moda são para ser seguidas, nem todos os boatos são para se levados a serio. Ou seja, nem tudo que é experimentado ou proposto ao nosso corpo e à nossa mente vai tomar-nos sem controlo. Nem tudo o que se pode fazer se deve fazer.

Por isso, por vezes é mais cómodo ou mais fácil deixar-se arrastar pela gula, imaginação, luxúria, curiosidade, preguiça, comodismo, etc. Do que fazer o dever, o que custa ou simplesmente controlar-se. Mas o senhor de nós mesmos é a essência de sermos nós mesmos a decidir e não o que o condicionamento ou o vício modelaram.

Há quem prefira justificar-se considerando natural e normal o "deixar-se" levar ou arrastar-se; ou para não se reprimir, ou porque é mais moderno fazer o que se quer quando se tem vontade, etc. Mas ao final esse caminho da falta de sobriedade na comida só leva à tristeza, à depressão e à própria redução pessoal.


domingo, 22 de agosto de 2010

Excessos da vida quatidiana

Ao ver um programa no Discorvery sobre a vida quatidiana do ser humano fiquei a pensar se será que estamos satisfeitos com o modo como vivemos hoje? A resposta a esta pergunta na minha opinião, tem a ver com o modo como conduzimos a nossa vida, se somos hipnotizados pelos apelos do consumo.


Já repararam como há uma variedade de ofertas para cada coisa que fazemos? A vida parece um grande supermercado onde existe um sortido rico muito grande de coisas para escolher. Isso não está relacionado somente a uma variedade de produtos no mercado. Há também uma variedade de ideias, de concepções morais, de religiões. Podemos ir mais adiante. Essa variedade reflecte-se nos excessos que acontecem à nossa volta. Excessos de violência, de informação, de alternativas, de diferenças, de preferências...

A diversidade não é ruim de todo, mas o excesso tem causado uma séria crise: a oferta tem sido maior que a nossa capacidade de assimilar. E isso tem provocado um certo medo tomar decisões, de fazer escolhas. O receio de fracassar ou de tomar uma decisão agora e depois deparar-se com uma situação melhor.

As maneiras como se constitui a sociedade contemporânea, todos os apelos destinam-se a criar sentimentos de desejo ou aversão nas pessoas. Ir atrás de coisas novas ou diferentes nunca satisfaz, e jamais teremos a satisfação se entrarmos num ciclo interminável de ganhar e gastar, de desejar e de arrepender.

O antídoto para o sentimento de ansiedade provocado pelos excessos é o contentamento.

O contentamento não é o resultado de fazer ou ter. Não basta reorganizar a vida somente do lado de fora, adoptando um estilo de vida isento do consumismo, o que é impossível. Vale a pena adoptar um estilo de vida mais simples, ter uma dieta mais natural, diminuir o de prestações, reduzir as dívidas, reservar mais tempos com os amigos e família, etc, etc...

O contentamento é uma experiência interior, um modo de ser, que não é dominado pelos apelos exteriores.

O que pode causa insatisfação na vida das pessoas é a projecção, que é o erro de atribuir um aspecto, negativo ou positivo, da nossa vida interior a alguém ou algo exterior. Como se transferíssemos para os outros ou para outras coisas a responsabilidade de sermos felizes ou infelizes. E por conseguinte leva-nos a elogiar ou a culpar pessoas. Projectamos nos outros atributos negativos (preguiçoso, ganancioso, invejoso, covarde, etc.) e positivos (confiável, amoroso, fiel etc.). Movidos por essa projecção, agimos de modo emocional, compulsivo e desproporcional por vezes. A maneira de superar as projecções e parar de culpar o mundo pela sua insatisfação é aceitar honestamente como somos, aceitar a realidade da nossa vida.

Outro factor é termos uma visão distorcida de como realmente somos, quando pensamos e agimos como se fôssemos mais do que realmente somos, cheios de expectativas e até mesmo de arrogância. Logo a vida quotidiana leva-nos a uma inflação, voltada para o progresso, para o consumo, para o excesso. Todas as vezes que nos inflamamos, pagamos um preço. Toda a inflação é seguida de uma deflação, que é uma visão de nós mesmos só que em menor tamanho daquilo que realmente somos, um sentimento de insuficiência, de negatividade, de alienação, de solidão.

domingo, 1 de agosto de 2010

Opinião de um homem sobre o corpo feminino

”Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.


Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheiinhas, femininas... essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.



Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.



Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês, porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.



Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos. Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto.

Paulo Coelho