segunda-feira, 21 de junho de 2010

Juntos na distância

Estar sozinho é absolutamente o oposto de estar com alguém (que grande constatação!).
Estar sozinho é fechar as mãos no nada quando se atravessa a rua e não ter a mão de quem se queria ter para segurar.
É acordar sem saber o que será do dia porque planejar sozinho dá preguiça e vontade de não fazer nada.
É querer falar para alguém, mas para quem?
A vida simplesmente acontece porque o tempo não pára.
Estar sozinho é ficar na cama acordado até tarde.
Não para congelar o tempo na alegria, mas para fazer de conta que o tempo não existe.
É ter a sensação de liberdade e estar amarrado ao chão embora os pensamentos flutuem de sonhos e divaguem por ai.
Estar sozinho é não gostar da palavra solidão porque ela faz sentido.
E o sentido dela dói demais. Estar sozinho é ter um sorriso nervoso, de quem segura um grito e uma lágrima enquanto ri.
Um riso falso para se convencer de que é possível ficar sozinho sem ficar deprimido.
Estar sozinho é uma coisa física, ou melhor, é a falta dela (a tua falta princesa!).
É ocupar a vida dos outros com reclamações, lamentações, dúvidas e carências.
Apesar da separação física sinto-me feliz.
Nunca um amor tão distante esteve tão perto, porque o que sentimos um pelo outro está sempre latente no meu pensamento e dentro de meu coração.
Pouca vezes um amor tão distante esteve assim tão perto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A sorte

As nossas vidas são, para nós, tão claras e transparentes e cristalinas como a água. Penso que nada acontece por acaso, tudo tem um propósito e é tudo fruto do que fazemos. A sorte é puro merecimento, é como uma boa colheita, tem que ser plantada com bons pensamentos e boas acções. Penso que um grande factor para se ter sorte é a maneira como pensamos e posteriormente como agimos. Temos pensamentos positivos e pô-los em prática, mais tarde ou mais cedo a sorte vai aparecer. Os pensamentos geram palavras, as palavras precedem atitudes, e haverá sempre uma atitude que mais tarde ou mais cedo virá com a sorte. Atitudes essas que acabam por moldar o nosso carácter e muitas vezes escolher o nosso destino, mas não era bem por aqui que queria entrar.
A sorte não é um trevo de quatro folhas, nem uma ferradura na porta de casa, nem levantar de manhã e pisar o chão primeiro com o pé direito. A sorte é nada mais, nada menos o fruto das nossas acções, o trabalharmos as nossas ideias, seguirmos o nosso caminho em vez de andar sempre olhar para o caminho do vizinho do lado e a inveja-lo. A sorte em qualquer coisa da nossa vida decorre de trabalho duro, criatividade, percepção e determinação de tirar proveito das oportunidades que se apresentam. O sentido de oportunidade e o querer ir mais alem. A sorte é uma consequência da conduta gerada pelo nosso comportamento continuado e insistente (esta frase saiu bem).
Isto tudo para dizer que hoje foi um dia de sorte. Estava tudo normal e numa fracção de segundos estava em apuros, mas com sorte tudo se resolveu bem. Penso que foi uma sorte merecida, pois tenho trabalhado num sentido, tentando por em prática as minhas ideias, e, tenho conseguido, umas vezes mais de vagar outras mais depressa, umas vezes com mais feeling outra com menos.
Já agora aproveito a ocasião que não acredito nas sortes dos euro-milhões, não me diz nada, só serve para criar mais arrogantes e mais uns quantos que pensam que são donos do mundo

quarta-feira, 2 de junho de 2010

As chaves da nossa fechadura

Todos nós temos uma chave no nosso coração. Uns andam sempre abrir e a fechar a porta, outros tem a felicidade de a abrir poucas vezes mas, abrirem para as pessoas certas e outros ainda fecham-na a sete chaves. Eu sou um exemplo dos que a abrem com facilidade.
Na vida há pessoas que nos desiludem, talvez porque perdemos demasiado tempo a idealiza-las como gostaríamos que fossem e não vimos verdadeiramente bem no inicio como eram. Mas também há outra que sem apercebermos nem saber como ficam guardadas para sempre, talvez porque não esperávamos muito delas e simples gestos e ficam marcados em nós para sempre.
E assim ficamos sem saber porque idealizamos muito os outros, porque nos ligamos tanto a outros sem querermos saber porque elas não se ligam a nós, e vice-versa, de que se fazem amizades, quanto duram, quanto valem, a quem e como decidimos que vale a pena dar mais um pouco de nós… Às tantas já nem sabemos a quantas andamos e se é com a pessoa certa e pior! Se ela é merecedora de nós!!
As vidas mudam, os amigos perdem-se, mas os laços ficam guardados no coração, nenhuma distância ou tempo os quebra. Temos guardadas imagens de momentos que não voltarão a repetir-se, cheiros, gargalhadas, sorrisos, abraços… e ficamos com pena quando os recordamos de não termos sabido agarra-los com maior intensidade com quem os partilhamos. Talvez à conta disso tenhamos amizades demasiado fracas, que poderiam ter sido mais fortes se tivéssemos vivido melhor esses momentos passados ou talvez tenhamos dado menos do que deveríamos ter dado. Mas por vezes a vida ensina-nos da pior maneira. Os amigos que nos desiludem deixam sempre uma marca, porque esperamos por eles e nunca vêm até nos, mas onde uns se perdem outros se encontram, e, agora talvez com mais cautelas, mas porem com uma certeza de que a marca deixada será maior.
É bom sentir que alguém gosta de nós como somos, gostaram ontem, gostam hoje e gostarão amanhã. É ai que se encontra a segurança, que cresce a confiança e onde nasce a sabedoria…
Por isso temos sempre guardado algumas pessoas no nosso coração, pessoas especiais, que de vez em quando dão um sorriso, um “olá”, uma frase bonita… coisas que nos fazem pensar e até escrever e é por isso que todos nós temos uma chave no nosso coração. Uns andam sempre abrir e a fechar a porta e outros ainda fecham-na a sete chaves.